A Ilha dos Sonhos - Capítulo I: O Comercial


Sinopse:
 É 2025, o mundo mudou na década de 20 do século XXI, as relações diplomáticas entre as nações melhoraram muito, problemas como a pobreza, xenofobia e as guerras, desapareceram. O mundo está mais unido e conectado: todos fazem esforços para que essa paz dure bastante tempo. 
 Será que tudo é tão perfeito assim? Um convidativo comercial de uma paradisíaca ilha de férias para adolescentes chama atenção no mundo todo, ora, com agendas governamentais praticamente sincronizadas, as férias escolares possuem datas coincidentes. Vários jovens poderão trocar culturas e aumentar os laços de amizade entre os povos. 
 Mas a ilha guarda segredos, mistérios macabros que nossos heróis descobrirão com você, meu caro leitor. Mergulhe nessa história e aproveite a fantástica Ilha dos Sonhos.
AUTOR: Rick Lavez.

AVISOS: Essa história não é recomendada para menores de 18 anos, seu enredo, cenários, personagens, assim como qualquer um de seus itens são de minha propriedade. Qualquer indivíduo que não seja o autor (eu) e a distribua de forma paga ou gratuita sem me dar os devidos créditos e sem minha prévia autorização, seja em meios físicos e/ou digitais, estará cometendo plágio.
Dito isso, boa leitura.
CAPÍTULO I - O COMERCIAL
 TERÇA-FEIRA, 1 DE JULHO DE 2025
 "Você é um jovem de 10-17 anos em férias escolares? Você não tem ideia de como passar esses três meses e está morrendo de tédio? Seus problemas acabaram! A Ilha dos Sonhos é a solução! Aqui você encontrará piscina, jogos, esportes, cinema e muito mais! Tudo que um jovem pode querer! Peça autorização aos seus pais agora mesmo e entre no site www.iod.com! Você pagará apenas US$200,00!"
--- ROY ---
E foi depois dessa frase que Roy desligou a TV.
 Roy não era o garoto mais rápido, mais forte ou o mais bonito de Washington D.C (tinha cabelos pretos caídos, olhos igualmente escuros e uma pele muito branca, já que nunca pegava sol, e era magro). Possuía uma vida boa. Tinha pais amorosos e atenciosos, mas não muito presentes: seu pai era Tenente coronel do Exército dos Estados Unidos da América, enquanto sua mãe era Major da Força Aérea Americana.
 A vida de um adolescente de 15 anos é bem agitada, mas não a de Roy, ele sempre fora criado com babás e empregados, fruto da fortuna proveniente da família de sua mãe.
 Roy Hawkeye crescera mimado e de certa forma "superprotegido", pois como seus pais quase nunca estavam presentes, eles ordenavam vigilância 24 horas no garoto: ele quase nunca saía e, além da escola, não tinha muitos amigos. Era extremamente tímido, tão tímido que mal conseguia conversar com pessoas fora do seu celeto grupo de conhecidos.
 Seus pais, talvez tentando "consertar o erro", investiram em sessões com psicólogos e aulas de esgrima e kendô, coisas de que Roy realmente gostava, e estava indo tudo muito bem, ele já se abria um pouco mais e parecia estar ligeiramente feliz.
 Mas ainda assim, não gostava de sair de casa (exceto para sua terapia), e ficava o tempo livre no quarto, jogando. O garoto era muito inteligente, sempre tirava as maiores notas, mas seus pais não queriam apenas um filho prodígio, também queriam um filho sociável, um "adolescente normal".
 Naquele dia, seus pais estavam de folga, uma infeliz coincidência, pois ele os escutou chamando-o na sala de estar:
 - Roy, querido, venha até aqui! - gritou sua mãe
 Sua mãe era um mulher de 40 anos, seus cabelos de ébano (como os de Roy) estavam presos em um rabo de cavalo, tinha algumas rugas, mas era muito bonita. Seus olhos eram cinzentos, ao contrário dos de Roy, que puxara os olhos do pai.
 - Vocês viram, não é? - Roy questionou, desanimado
 - Eu e sua mãe conversamos, e acho que vai ser bom para você. Sabe, se soltar mais... - disse seu pai, um sujeito de 46 anos, muito alto e muito musculoso, seu cabelo grisalho estava cortado em estilo militar (bem diferente do filho)
 - Fazer novos amigos. - disse sua mãe
 - Quem sabe até arranjar uma namorada. - brincou seu pai
 - Pai! - o garoto corou
 Seus pais sorriram e encararam Roy, ele odiava quando faziam isso, esse olhar de "cão faminto" que faziam para convencer o menino, nem pareciam dois oficiais militares.
 - Tá bom! Eu vou... - Roy deu-se por vencido
 - Vai ser bom, querido, nós prometemos. - sua mãe sorriu para ele
--- JASON ---
O Instituto Justin Trudeau era um dos melhores colégios públicos de Vancouver, mas mesmo as melhores instituições de ensino possuem alunos problemáticos, e este era o caso de Jason Miller, o "encrenqueiro número um", de acordo com os professores.
 Alto, cabelos castanho-escuro penteados para frente como um topete arrepiado, olhos azuis, físico quase como o de um lenhador e uma barba por fazer descreviam o adolescente de 17 anos.
 Estar na escola já não era uma experiência muito agradável para Jason, estar na escola durante as férias de verão era uma tortura.
 Ele e seu pai, um homem extremamente parecido com Jason, diferenciava-se do garoto por possuir um bigode estilo "Mario Bros" (que Jason odiava), foram chamados para uma conversa com o Diretor Logan Mackenzie que, de acordo com Jason, era a "mais fiel reencarnação de Mussolini".
 O homem aparentava 50 anos, disfarçava seus cabelos brancos com uma tinta preta barata, penteava as madeixas para o lado, o diretor usava tanto gel que fazia os pelos capilares brilharem à luz que entrava pela janela da sala.
 O diretor usava um belo terno italiano cinza, com uma gravata vermelha e branca, as cores nacionais.
 - Senhor Miller, chamei-o para esta conversa pois seu filho Jason tem causado vários transtornos para a escola nas últimas semanas. - Diretor Logan
 - Qual, é! - protestou Jason - Era pra comemorar a chegada das férias!
 - Jason, comporte-se! - ordenou seu pai - Continue, Diretor.
 - Ele não só conseguiu explodir três vasos sanitários mas também, sabe-se Deus como, colocou um daqueles rocks infernais durante a cerimônia do Hino Nacional! - Diretor Logan
 - Olhe, Diretor Mackenzie, eu realmente sinto muito... - Senhor Miller foi interrompido pelo diretor
 - E ainda tem as notas do Jason. Ele só não repete de ano porque os professores têm pena deste delinquente e o ajudam com trabalhos e outros "empurrões", as únicas notas que ele se sai realmente bem são as de Ciências Humanas e Sociais! - Diretor Logan jogou o boletim de Jason com força em sua escrivaninha
 - Eu vou ter uma conversa com ele quando chegarmos em casa. - Jason foi fitado severamente pelo pai - Desculpe pelo transtorno, Diretor Mackenzie, eu prometo que ele vai melhorar.
 - Assim espero, senhor Miller, pois se Jason não tomar jeito, infelizmente terei que expulsá-lo. - o diretor olhou para Jason - E você não vai querer ser expulso no seu último ano, vai?
 - Não senhor. - Jason
 - Ótimo, estão dispensados. - diretor Logan
 Durante o caminho, o pai de Jason não dava uma palavra, sua expressão era triste, parecia estar desapontado, provavelmente com Jason.
 - Eeer... Pai? - Jason
 - Sim? - Sr.Miller
 - O senhor está muito bravo comigo? - Jason
 - Olhe, Jason, não é a primeira vez que sou obrigado a ir na sua escola, não sei como você não foi expulso. Você nunca foi um "aluno prodígio", mas me lembro bem de você ser comportado até a sétima série... Foi quando... - Sr.Miller ficou mudo
 - A mamãe morreu. - Jason parou, seu pai fez o mesmo
 - Jason, eu sofri tanto quanto você sofreu, criar um garoto sozinho não é nada fácil, principalmente quando esse garoto é problemático, eu não ganho muito bem, o que nos salvou foi que consegui uma vaga pra você lá também. Mas, poxa, acha que quero ver meu filho como lenhador para o resto da vida? - Sr.Miller tinha os olhos úmidos
 - Pai... Desculpe... - a voz de Jason falhou
 - Não... Tudo bem... Eu não devia ter sido tão duro com você. Olhe - Sr.Miller segurou os braços do filho - Só me prometa que vai se esforçar mais, ok? Estude bastante e entre em uma faculdade, não siga os mesmo caminhos que o seu velho.
 Jason abraçou seu pai "Eu prometo." ele lhe disse no ouvido.
 Os dois prosseguiram seu caminho, Jason perguntou:
 - Vou ficar de castigo por quanto tempo?
 - Três meses. - o pai respondeu
 - O quê?! - Jason sobressaltou-se
 O pai riu e disse:
 - É o tempo que você vai ficar naquela Ilha que você viu na TV.
 - Mas, não vai... - Jason
 - Filho, 200 dólares canadenses não vão fazer falta, e além do mais, acho que vai ser bom pra você refletir na sua vida. Vai fazer bem pra você. - Sr.Miller parecia ler os pensamentos de Jason
 As férias de Jason seriam como ele sempre gostou: Sol, garotas e nada de professores.
 Continua...

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