"Pantera Negra só fez sucesso por peninha."
"Agora vão ficar forçando a barra com filme de heroína."
"Virou moda filme de herói querer lacrar."
Você provavelmente já ouviu ou leu alguma frase desse tipo e, se por acaso você concorda com alguma delas, sugiro que repense seus conceitos.
Todos nós sabemos que a esmagadora maioria dos super-heróis da DC, Marvel, etc. são homens brancos e héteros. Sim, eu sei que essas três palavrinhas estão sendo repetidas com frequência, mas não podemos fugir desse assunto.
As minorias sociais começaram a ganhar destaque na cultura pop, vide os filmes Pantera Negra, Capitã Marvel, Mulher Maravilha e séries como RuPaul's Drag Race e Insecure. E por que isso importa? Simples, peguemos primeiro a comunidade negra, como exemplo.. Durante anos foram cruelmente escravizados pelo branco europeu e, mesmo depois de libertos, sofreram com segregação e marginalização.
Isso também se refletiu na cultura, é só pararmos pra observar quem são os principais heróis da DC Comics: Superman, Batman e Mulher-Maravilha. "Ah, mas a Mulher-Maravilha faz sucesso e é uma minoria social." Isso é de fato muito bom, mas será que ela faria esse mesmo sucesso sendo uma mulher negra?
Muitos, ao se depararem com o herói Lanterna Verde, lembram-se instantaneamente da imagem de Hal Jordan ou Kyle Rayner, mas poucos se lembram de Jon Stewart, o Lanterna Verde negro que apareceu em Liga da Justiça (2001) e Liga da Justiça Sem Limites (2004).
O ponto que eu quero chegar é: o entretenimento, durante muito tempo, foi feito de brancos para brancos, homens para homens, héteros para héteros, etc.
Por isso é importantíssimo incluir cada vez mais essas minorias sociais em filmes, séries, animações e tudo mais, pois foram oprimidas durante anos pela maioria branca, hétero e masculina.
Elas devem ter voz e é importante que aqueles que são maioria possam dar essa voz a pessoas sub-representadas.
Pantera Negra não é o primeiro super-herói negro, mas é a primeira grande produção estrelada por um negro, dirigida por um negro e que possuía maioria do elenco e da equipe de produção composta por pessoas negras, que teve um reconhecimento tão grande. Muitos vão citar Blade e Spawn, mas eles são anti-heróis, então esse argumento já deixou de ser válido.
Em resumo: a representatividade na cultura pop (principalmente no universo dos heróis) não só deve continuar sendo aplicada como fortemente incentivada, isso ajuda a combater o preconceito a a intolerância contra as minorias, e cria um mundo melhor.
Rick Lavez
Tulio Gama (@tuliogama)
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